Bianchini se foi e eu não o conhecia, mas isso não importa

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Em minha vida de pesquisador tive o privilégio de entrevistar alguns dos mais ilustres pioneiros desta cidade. Minha experiência como historiador da ACIM (Associação Empresarial de Maringá) me deu a oportunidade inesquecível de conviver com velhos líderes, homens que fizeram diferença em suas vidas e na vida de muitas pessoas. Ermelindo Bolfer sempre me vem à cabeça dizendo que: “quase tudo o que tem de bom e ruim em Maringá ele ajudou a fazer”.

Tive o prazer de me sentar à mesa com Manoel Pismel, Emílio Germani, Amorin Moleirinho, Murilo Macedo e tantos outros que a vida sempre preservará na memória.

Outra pesquisa que me deu alguns dos meus melhores momentos com profissional da história, foi o trabalho com Rogério Recco, hoje um amigo. Pesquisamos a fundação da Cocamar e os seus primeiros associados. Desta feita fiquei frente a frente com José Cassiano, Benedito Lara, Aloysio Gomes Carneiro e Francisco Valias. Contudo, o destino sempre foi ingrato comigo. Todas as vezes que agendei uma conversa com Aníbal Bianchini ele cancelou ou eu não podia. Uma das últimas vezes que tentei, ele já estava doente e já não dava mais entrevistas. Tive, contudo, o prazer de ouvir sua exposição sobre a arborização de Maringá no Colégio Objetivo em 2005. Ali entendi sua intenção.

Hoje, após a morte de Aníbal Bianchini e a existência do livro de Rogério Recco, “Os Ipês da Minha Terra”, sobre “jardineiro de Maringá”, fico tranqüilo, mesmo não tendo tido o prazer de entrevista-lo. A eternidade do que Aníbal Bianchini fez está por todos os lados e isto é o que importa. É só olhar a arborização de Maringá e entender que a obra fala pelo autor quando este já está ausente.

2 comentários:

Anônimo disse...

Senti por ele ser avó, pai, esposo e amigo de muitas pessoas.
Mas como ele era aliado a FAEP,para mim ele não era muito justo não, pois esse orgão está prejudicando muitos agricultores honestos e trabalhadores.

Anônimo disse...

Prezado colega vc devia olhar para o que ele fez e não para algum órgão a que era associado, talvez estivesse lá tentando mudar alguma coisa que não estava certa! Ele adorava a cidade de Maringá e a profissão de agrônomo, foi contra os anseios de seu próprio pai que queria que se graduasse em medicina. Quando decidiu cursar a ESALQ em Piracicaba, melhor, mais concorrida e difícil universidade da época para ser engenheiro agrônomo, teve que trabalhar para se sustentar e estudar muito. Depois de formado foi para "o meio do mato" em busca de uma oportunidade de realizar o seu sonho enquanto diversas pessoas quiseram continuar no conforto de grandes cidades na época. Sempre trabalhou sem cobrar nada em troca visando benefícios para agricultores e afins, para a cidade de Maringá, fez muita caridade e ajudou muitas pessoas. Devemos ser justos e cautelosos quando afirmamos algo de quem não conhecemos. Fico muito triste com sua colocação espacialmente pelo fato de ele sempre ter se doado para Maringá e a Agricultura, suas duas paixões.