A juventude brasileira e o Papa

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Esta semana centenas de jovens da arquidiocese de Maringá embarcam para São Paulo ao encontro do Papa Bento XVI. Eu estarei entre eles. Chamados a ouvir de perto o que o Papa tem a dizer, estamos todos entusiasmados. Pois bem. Como jovem, vou aqui tentar fazer uma breve análise sobre o pontificado de Bento XVI e o que ele tem a ver com a nossa juventude católica brasileira.

Quando João Paulo II estava vivo, lá pelos anos 70 e 80, a Teologia da Libertação, liderada pelo teólogo Leonardo Boff, Frei Beto e outros, se expandia com as suas CEBs, as Comunidades Eclesiais de Base. Muitos jovens se sentiram atraídos pelo discurso de um Jesus social, político, trabalhador, operário. Muitos daqueles jovens participaram, inclusive, da consolidação de partidos que na época eram esquerda, como o PT.

Os anos passaram e as coisas mudaram. As CEBs foram se enfraquecendo, mas não deixaram de possuir sua influência social, política. Outros movimentos começaram a se consolidar dentro da Igreja. A RCC, Renovação Carismática Católica explodiu. Padre Marcelo ganhou fama e padre Jonas Abib também. Talvez, penso eu, os jovens políticos ligados à Teologia da Libertação ficaram um pouco escondidos com o sucesso da RCC.

No Vaticano, Josef Ratzinger, chefe da Congregação da Doutrina da Fé, chamou Leonardo Boff para “dialogar”. A Teologia do Jesus político foi combatida pela Santa Sé. João Paulo II ordenou que aquilo tinha que acabar porque era um mal dentro da Igreja. Não deu outra, ela ainda existe, mas tal doutrina acabou se enfraquecendo.

No Brasil, décadas depois de sua criação com apoio de grupos católicos, o PT chega ao poder. Decepciona e muitos bispos da cúpula da CNBB se arrependem de terem feito campanha para Lula. Enquanto isso os jovens caminham. Só que agora parecem sem rumo.

Em cerca de trinta anos, dos idos dos 80 até agora, a juventude brasileira católica teve dois momentos. O da JUC, Juventude Universitária Católica, aquela dos movimentos sociais e das pastorais, e os carismáticos renovados, que preferem louvar e glorificar a Deus do que serem filiados a partidos políticos.

Tudo isso para dizer que a Igreja está diante de uma nova fase. Uma juventude desiludida com os políticos e as doutrinas sociais; uma juventude que prefere o computador, drogas, sites pornôs funk, forró ou sertanejo em demasia . E por outro lado temos os jovens descontentes que querem voltar para Deus. A vinda do Papa pode ser este início. O início de uma nova teologia, a Teologia da Revolução de Deus, como disse o próprio Bento XVI durante a Jornada Mundial da Juventude, em 2006, na Alemanha.

O que vejo e acredito é uma juventude capaz de participar de movimentos de esquerda ou de direita, mas que tenha em vista Jesus em primeiro lugar. Só Jesus, eu creio, é capaz de transformar corações, almas, bairros, cidades e nações. Só a “Revolução de Deus” poderá nos tirar deste estado de abatimento político e espiritual que o nosso país passa. Um Estado que se perdeu no emaranhado de sua falta de ética e busca pelo efêmero e fácil.

Bento XVI pode ser chamado de conservador, retrógrado, o que for. O que na minha avaliação não é nada ruim. Prefiro o conservadorismo à falta de princípios. Que a presença do Papa entre os jovens possa revolucionar as nossas mentes e fazer com que tenhamos gerações futuras sadias e felizes. Jovens, a missão está em nossas mãos. Que façamos a “Revolução de Deus”.

1 comentários:

Anônimo disse...

Tbém estarei nesta viajem
Penso que se a falta de rumo fosse exclusividade dos jovens a mudança seria mais fácil. Na minha opinião a sociedade de um modo geral perdeu o sentido que equilibra as suas relações: o medo.

O medo de Deus, o medo de ferir alguém, o medo de ser infeliz, entre outros, se fossem animais estariam na lista de extinção.

Mas, ainda é possível mudar. Há quem sonha com isso e, por mais que não seja carismático como foi João Paulo II, a mensagem de Bento XVI aos jovens brasileiros ecoará pelo país.

Espero que ela resulte em alguma transformação positiva. Que venha a "Revolução de Deus", porque a dos homens está nos levando ao oposto do céu.

Gostei do texto Everton
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