Dados do Sistema Único de Saúde revelam que os abortos ilegais resultaram na internação de mais de 1,2 milhão de mulheres em hospitais públicos nos últimos cinco anos, de acordo com reportagem do jornal O Globo desse domingo. Segundo o Ministério da Saúde, 686 mulheres são internadas diariamente na rede pública, após tentativas de abortos com métodos arriscados.
Considerando que tais informações sejam, de fato, verdadeiras, quero fazer algumas colocações sobre as políticas públicas em favor da vida.
Há algumas semanas usei este espaço para apresentar uma posição sobre a discussão da legalização do aborto no Brasil. Apesar de o presidente Lula ter dito não ser favorável à legalização, sabe-se que o seu ministro da saúde pretende eliminar o problema sem cutucar as reais causas do mesmo.
Ser contra ou favorável ao aborto é uma questão que envolve visões diferentes de conceitos de vida. Eu, pela minha formação, sou contra qualquer legalização de instrumentos mortíferos. Alegar que milhares de mulheres morrem por fazer aborto, a meu ver, não é o melhor argumento para tentar convencer a sociedade de que a legalização do aborto possa resolver o problema. A pergunta que temos que fazer para o ministro José Gomes Temporão é se o Brasil tem dado condições mínimas para que as mães possam cuidar de seus filhos conforme lhes é garantido pela Constituição brasileira.
Além da questão econômica, sabe-se que em muitos casos mulheres procuraram clínicas clandestinas com medo de mostrar a barriga grande para o pai ou mãe que talvez não aceitem a gravidez da filha. Até mesmo nesses casos o assassinato do feto não pode ser legitimado. Aprendi que ninguém tem o direito de tirar a vida de alguém.
Legalizar o assassinato de fetos é querer fugir de uma responsabilidade de Estado que o governo não consegue cumprir. No Brasil isso tem ficado evidente. Quando o governo não consegue dar conta do recado ele terceiriza, repassa para o outro.
Pra fechar. Cuidado. Nem sempre o que está escrito nos jornais é verdade. Os jornalistas também, frequentemente, são tentados a ser enganados.
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