Assumir não é fácil: o agronegócio é mais que um destino

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Diogo Mainardes criticou abertamente Maringá em uma de suas colunas. Alegou ser Maringá uma típica cidade do interior, metida a cidade grande, mas o maior evento cultural era a feira agroindustrial, a Expoingá. Esta constatação veio acompanhada de outra, que nós temos um grau elevado de analfabetismo em nossa região, o que não deixa de ser verdade. Que os nossos suntuosos teatros só servem para formatura de balé, faculdades e eventos de escolas. Mas, vamos nos ater ao agro-negócio.

Estamos vivendo um bom momento na economia agrícola e pecuária. O recorde de produção agrícola é acompanhado pela recuperação da pecuária, afetada pela febre aftosa no ano passado. Tudo tem ajudado, mas principalmente a nossa paixão pelo esterco e capim, pela vida rural, sem nunca ter saído do asfalto. Retiramos do guarda-roupa a causa jeans, o chapéu de abas largas, o cinturão de fivela imensa e passamos a chamar a namorada de “prenda”. O nosso “erre” fica imenso e a palavra porta denuncia nosso desdobramento paulista, assim como os times de futebol que torcemos.

Temos avançado na tecnologia agroindustrial bem mais que no requinte musical, ou nas artes plásticas. Gostamos mais de camionetes do que de carros requintados; adoramos uma dupla sertaneja, seja ela de primeira ou de quinta categoria. Somos! Podemos ser mais? Sim, mas somos. Por que não gostamos de admitir? Se o espelho nos incomoda nós só temos duas saídas, ou mudamos o reflexo, ou quem reflete. Mas, esta questão já é outra história, o importante é encarar que Mainardes tinha até razão em muitas coisas que disse e que nós não assumimos o que somos, como disse FHC, caipiras sô.

1 comentários:

leonardo serra de almeida pacheco disse...

Peço desculpas pela minha ignorância, nem pretendo julgar o que o citado colunista escreveu, mas quem é Diogo Mainardes?
Em qual veículo ele escreveu?

abracos