Combate ao crime passa pela estruturação das famílias

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O texto abaixo está no meu blog pessoal, mas faço questão de reproduzir por aqui.

Alguém sabe o perfil dos jovens que mataram o estudante de Medicina Tiago Franchini da Costa? Pois bem, são negros, pobres e ligados à famílias, digamos, sem estrutura.

O que quero dizer com isto? Quero dizer que este é o perfil dominante de um número expressivo de criminosos do país. Algum problema em relação aos negros? Nenhum, desde que tivessem as mesmas chances que os brancos. Problema pelo fato de serem pobres? Idem resposta anterior.

O terceiro e último aspecto é o que entendo ser o principal fator que leva milhares de crianças e adolescentes ao crime.

Os defensores da manutenção da maioridade penal aos 18 anos geralmente argumentam que medidas sócio-educativas seriam suficientes para reabilitar menores que cometem crimes. Não é verdade. Qualquer pesquisa apontaria que, por mais eficientes que sejam, essas medidas teriam pouco efeito sobre pessoas com mais de 14 anos.

Os pesquisadores da educação e psicologia sabem que boa parte do que somos tem ligação direta com a formação que recebemos até os cinco anos de idade. Isto quer dizer que quem não teve uma família, não recebeu amor, carinho, afeto e limites até esta idade provavelmente vai ter dificuldades de lidar com uma série de questões. Se, por uma razão ou outra, tiver acesso ao universo do crime, é quase certo que vai afundar nesse submundo.

Esta é a principal questão: nenhuma medida sócio-educativa - por melhores que sejam - assegura amor, carinho, afeto e recuperação do relacionamento familiar. Por isso mesmo, diante do aumento da violência, reduzir a idade penal é necessário. Aliado a isso, a sociedade precisa repensar os valores familiares e oferecer as condições necessárias para que as famílias tenham condições de criar seus filhos.

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