A Prefeitura de Maringá está sendo criticada por construir uma ciclovia de 3,6 quilômetros ao preço de R$ 986,8 mil. O valor da obra corresponde a R$ 274,1 mil por quilômetro, enquanto em Curitiba, o custo de cada quilômetro de ciclovia construído pela Prefeitura da capital paranense varia de R$ 48 mil até R$ 80 mil.
A ciclovia de Maringá deverá passar pelos canteiros centrais da Avenida Mandacaru, do trecho que vai da Avenida Colombo ao Parque das Laranjeiras, na região oeste da cidade. A obra está sendo realizada pela empresa Engedelp/Del Prata Construções. Os recursos são do Ministério das Cidades, por meio do Programa de Infra-Estrutura para a Mobilidade Urbana (Pró-Mob).
De acordo com informações da Prefeitura de Maringá, R$ 790 mil são financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os R$ 196 mil restantes são de responsabilidade do município. Os valores são altos, se comparados com o investimento feito em outros municípios, além da capital do Estado. Em Araraquara, no interior de São Paulo, por exemplo, uma ciclovia de quatro quilômetros foi construída ao preço de R$ 321 mil, totalizando R$ 80 mil por quilômetro.
A obra vem causando polêmica. O vereador Mário Sergio Verri (PT) não acredita que três mil metros de ciclovia possam custar quase R$ 1 milhão. “É um valor muito alto, principalmente fazendo um comparativo com o que foi gasto em obras correlatas em outras cidades”, especulou.
Mesmo com a construção da ciclovia, as condições da pista também são questionadas pelo vereador. “Há diversas tampas da Telepar no meio da ciclovia, que ficam de 10 a 15 centímetros acima da altura da via. Não foi feito nada para melhorar esse aspecto”, reclamou Verri.
Junto com outros vereadores de oposição, Verri fará um novo estudo técnico para verificar o custo da obra. “Duvidamos que chegue perto do valor gasto pela Prefeitura”, disse. Dependendo do resultado do estudo, os vereadores planejam entrar com uma denúncia no Ministério Público do Paraná (MP-PR) para que o caso seja apurado.
O secretário de Desenvolvimento Urbano, Planejamento e Habitação (Seduh) de Maringá, Walter Progiante, rebateu as acusações. “As críticas são feitas com base em projetos de outros lugares. Para questionar, é preciso saber exatamente que tipo de serviço é oferecido. O projeto de outras cidades sequer foi visto por quem questiona”, acusou.
Progiante se referiu a Araraquara, uma das cidades citadas como comparação. “Araraquara não tem a metade dos serviços que ofereceremos aqui. A nossa obra completa terá canteiros, ajardinamento, iluminação especial para ciclovia, sinalização e rampas de acessibilidade”, enumerou.
Ainda de acordo com o secretário, o orçamento para a obra da ciclovia foi feito pela Prefeitura, com vistoria do Banco do Brasil e aprovação do BNDES. A conclusão da ciclovia está prevista para o mês de março. Até agora, cerca de 1,2 quilômetro da obra já foi feito. A ciclovia de Maringá faz parte do conjunto de cinco obras da Prefeitura que se iniciou em 20 de novembro do ano passado, com investimento total de R$ 2,7 milhões.
(fonte: O Estado do Paraná / Repórter Luciana Cristo)
Saia do buraco emocional em que você está
Há 7 horas